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Camisa de Torcedor: História dos uniformes nas arquibancadas

<p>Foto: Karim Jaafar/AFP</p>

Foto: Karim Jaafar/AFP

As camisas de torcedor fazem parte da identidade, da história e da cultura de um time. A princípio, os uniformes existiam apenas para diferenciar os jogadores de um time e de outro, mas com o tempo ganharam um papel importante na ligação da equipe com a torcida.

Por isso, vamos falar um pouco sobre a história e o desenvolvimento dos uniformes no futebol!

História das camisas de times

As camisas de futebol surgiram para fins de identificação e viraram símbolos intrínsecos aos clubes à medida que o esporte evoluiu. 

Os uniformes tal como existem hoje foram criados por volta de 1870 – anos após a invenção do futebol. Antes, a diferenciação ocorria por meio de acessórios (chapéus, cachecóis).

A adesão às camisas revolucionou o jogo, inclusive influenciando diretamente no regramento das partidas. 

A importância das mudanças foram ressaltadas com a criação da Football League, que deu início à profissionalização do futebol em 1988 na Inglaterra

Com isso, os torcedores começaram a pagar para poder entrar no estádio – tornando imprescindível objetos de identificação bem definidos entre os jogadores. 

Os uniformes também deixaram de ser custeados pelos atletas e passaram a ser de fornecimento obrigatório dos times. 

No decorrer do tempo, as camisas ganharam formas, detalhes, números e se tornaram importante item de marketing das equipes. 

Isso porque estabelecem uma relação de representatividade com o torcedor, que adquire a vestimenta baseado na ideia de pertencimento. 

Assim como a visibilidade atrelada ao futebol fez com que os espaços nos uniformes fossem cobiçados por patrocinadores, o que gera receita. 

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O que é camisa versão torcedor? Qual a diferença da camisa para jogador e torcedor? 

Camisa de time de futebol tem um preço elevado. Por isso, as fornecedoras de materiais esportivos criaram versões mais acessíveis ao público. 

É o chamado “modelo torcedor”. Ele possui design idêntico às camisas utilizadas pelos atletas nos jogos, mas é composto por materiais mais básicos. 

No geral, as diferenciações envolvem tecido, caimento e escudo. A substituição desses componentes é o que possibilita a queda do preço. 

Por exemplo, as peças usadas pelos jogadores são mais leves e vêm com tecnologias que absorvem o suor de maneira mais rápida e eficiente.

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Preço

A comercialização de camisas de time de futebol obedece à lógica de mercado. Impostos, controle de grandes marcas e a lei da oferta e da procura geram preços exorbitantes. 

O primordial é o interesse contínuo dos torcedores em comprar, apesar da necessidade de investir pesado – o que acontece. 

O torcedor brasileiro precisa desembolsar, em média, 22% do salário mínimo para adquirir uma camisa, o que inviabiliza o acesso às camadas mais populares. 

Tecido

O tecido das camisas acompanhou o desenvolvimento do futebol. No início, os mantos tinham golas gigantes, botões e eram constituídos de algodão. 

Acontece que o algodão, nos dias de chuva ou até mesmo com o suor dos atletas, deixava a vestimenta extremamente pesada quando molhada. 

O problema foi sanado pela indústria esportiva com o advento do poliéster. Contudo, o material em contato com a pele incomodava. 

Com isso veio o dry-fit, um tecido de fibra sintética que é leve, de toque agradável e que permite uma alta taxa de evaporação do suor. Suas variações são as utilizadas hoje em dia.

As peças com tecnologia dry-fit são feitas de fios sintéticos, como poliéster, poliamida e elastano, muito mais respiráveis que o algodão, por exemplo, e mais leves também. 

Camisa vermelha e prata, do Flamengo, com escudo do time colocado em seu peito.

Foto: Paula Reis/CRF

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Patches e patrocínios

A presença de patrocinadores nas camisas de times é recorrente hoje em dia. Mas nem sempre foi assim. A FIFA proibia a divulgação de marcas até a década de 70. 

Tamanha resistência que a FIFA ainda veda a comercialização de espaços nas camisas de seleções nacionais, que só podem exibir a logo da fabricante de materiais. 

O motivo é porque a entidade não quer que o público desvie atenção e assim foque apenas nas empresas que investem nas placas de publicidade ao redor do campo. 

Atualmente, praticamente inexiste um padrão 100% limpo. As marcas fazem parte do design dos uniformes e, inclusive, interferem no processo de criação das peças. 

Os recursos financeiros que advêm dessa prática são essenciais ao funcionamento dos clubes. 

Já os patches representam um emblema, normalmente colocados nas mangas e na parte central do peito para simbolizar competições ou títulos conquistados. 

Jogador vestindo camisa do Fluminense, vermelha, verde e branca, apontando para o escudo de campeão da Libertadores.

Foto: Marcelo Gonçalves/Fluminense

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Camisas de torcida organizada

As torcidas organizadas são associações que compartilham maneiras comuns de demonstrar paixão pelo time. 

Dentro dessa perspectiva, geralmente ocupam os mesmos lugares nas arquibancadas e trajam vestimentas iguais a fim de padronização. 

As camisas, por via de regra, trazem símbolos das próprias torcidas e são mais espalhafatosas em comparação com as oficiais das equipes. 

Vestiário de futebol com as camisas da seleção brasileira feminina de futebol.

Foto: Staff Images Woman/CBF

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Conclusão

As camisas integram a cultura de um clube de futebol, a ponto de representar a história da instituição. 

Perpassam a mera identificação no campo de jogo e fazem parte do dia a dia de milhares de fanáticos. 

As peças se modernizaram junto ao esporte como um todo e, hoje, possuem tecnologias têxteis apropriadas à prática. 

O entrave, porém, é o acesso. O custo é alto. Não é qualquer um que pode ter. Isso é o que dá vazão à pirataria.