Futebol Nacional

Campeonato Brasileiro: paixão nacional em uma disputa acirrada

O Campeonato Brasileiro, ou Brasileirão, é o torneio nacional considerado um dos mais disputados do mundo, pois começa com vários candidatos ao título, com espaço para surpresas. Conheça a história.

Carregando consigo uma legião de fiéis seguidores desde sua primeira edição, a história do Campeonato Brasileiro é muito rica e interessante para quem se interessa pela maior competição de futebol do país. 

A Série A, divisão de elite, reúne as principais equipes do Brasil em uma acirrada corrida pelo título de campeão nacional, exalando paixão de torcedores do Oiapoque ao Chuí. 

Hoje apelidado de Brasileirão, o torneio já teve diversas denominações. Inicialmente, sob a organização da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), a competição era chamada de Taça Brasil, entre 1959 e 1967. 

Ela foi inaugurada no intuito de substituir o Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, conhecido por juntar os principais jogadores de cada estado.

Estádio de futebol visto de dentro, de baixo pra cima, pela perspectiva de quem está próximo ao gramado de um dos gols.

Campeonato Brasileiro

Campeonato Brasileito: história

A Taça Brasil era composta pelos campeões dos principais Estaduais do Brasil, enquanto o vencedor do troféu ganhava o direito de representar o país na Copa dos Campeões da América, atualmente conhecida como Libertadores. 

Em números, 16 times disputaram a primeira edição, tendo o Bahia vencendo o Santos na grande final e ostentando o título. 

O formato de disputa seguiu o mesmo, porém tendo algumas alterações no nome. Em 1967, o Torneio Rio-São Paulo, que tinha os melhores times de cada estado, foi ampliado para o âmbito nacional e passou a se chamar Roberto Gomes Pedrosa, ou Robertão. 

A nomeação era uma homenagem ao ex-goleiro do São Paulo e da Seleção Brasileira.

No final da década de 1960, o futebol já estava bem estabelecido no Brasil, principalmente após os títulos nas Copas de 1958, na Suécia, e 1962, no Chile – a Seleção faturaria o tricampeonato oito anos depois, no México. 

O torneio Nacional já despertava interesses públicos e financeiros, foi aí que a CBD decidiu, em 1971, unificar todas as competições. Assim, nasceu o Campeonato Brasileiro. 

A expansão do Brasileirão

A competição, agora formada por 20 clubes, foi se consolidando e, logo em sua primeira edição, protagonizou jogos memoráveis. 

Em 1971, os times foram divididos em dois grupos, mas jogavam todos contra todos. 

Os 6 primeiros colocados de cada chave se classificaram para a segunda fase – o Atlético-MG faturou a taça. 

Naquele ano, também passou a ser disputada uma espécie de segunda divisão, o que hoje conhecemos como Série B do Brasileirão, entretanto, o formato durou somente por mais três anos. 

Os anos da ditadura 

No auge da ditadura militar no Brasil, em 1975, João Havelange deixou a CBD para assumir a presidência da Federation International Football Association (FIFA). 

Quem assumiu, na época, foi o almirante Heleno Nunes, que aumentou o número de participantes para 90. 

O objetivo de Heleno era gerar uma sensação de integração nacional e servir militares que estavam em regiões onde o futebol não tinha tanta visibilidade. 

O Internacional foi o grande campeão daquela edição, recheada por equipes de todas as partes do Brasil. 

Tendo vários grandes jogadores no elenco, como Falcão e companhia, o Colorado venceu três títulos entre 1975 e 1979 – São Paulo (1977), e Guarani (1978) ergueram um troféu, cada, neste recorte. 

Ao término da década de 1970, a CBD foi desmembrada e nasceu a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O torneio passou a ser chamado, em 1980, de Taça de Ouro, quando, novamente, havia duas divisões, uma de acesso e outra de descenso. 

No ano seguinte, foi disputada a primeira Série C. 

Regulamento do Campeonato Brasileiro

O Brasileirão é disputado, desde 2003, no sistema de pontos corridos, no qual o primeiro lugar fatura o título. 

Os quatro últimos colocados amargam o rebaixamento à Segundona. São 20 equipes, tanto na Série A como na Série B e Série C, enquanto a Série D, inaugurada em 2009, tem a presença de 64 agremiações. 

Além do campeão e dos rebaixados, outros times tem suas pretensões no Campeonato Brasileiro, visando vagas nas competições continentais.  

Do segundo ao quarto, todos entram na fase de grupos da Libertadores da América – o quinto e o sexto precisam passar pela pré-Libertadores. 

Já quem terminar entre a sétima e a 12ª colocação, ganha o direito de disputar a Copa Sul-Americana. 

Até 2002, a competição era no formato mata-mata e tinha os oito melhores colocados avançando e se enfrentando por ranking olímpico nas quartas de finais (1º contra 8º, 2º contra 7º e assim por diante…), até chegar à decisão. 

O último campeão tendo este formato foi o Santos, de Diego, Robinho e outros craques, vencendo o Corinthians na final por 5 x 2 no placar agregado. 

Ao todo, 158 clubes de 21 estados mais o Distrito Federal já disputaram ao menos uma edição do Campeonato Brasileiro. O recorde de times foi em 1979, quando 94 participaram. 

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As grandes rivalidades do Campeonato Brasileiro

O Campeonato Brasileiro sempre foi testemunha de rivalidades fervorosas, geralmente de cunho estadual. 

A principal delas é entre Grêmio e Internacional, considerada a maior do Brasil e uma das maiores do mundo. O Gre-Nal é sempre um capítulo à parte. 

Uma pesquisa feita pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) em parceria com o jornal Lance!, no ano de 2014, mostrou que o Rio Grande do Sul é o mais fechado quanto a clubes de outros estados. 

Tricolor e Colorado têm, juntos, 79% da torcida local, segundo o levantamento. 

Indo do sul ao sudeste, acontece o dérbi entre Palmeiras e Corinthians, considerado o maior clássico do estado de São Paulo. 

A rixa entre os rivais se aflora a cada reencontro e é tão grande que até acabou virando roteiro de filme  – O Casamento de Romeu e Julieta, de 2005.

No jogo conhecido como Clássico dos Milhões, Flamengo e Vasco travam outra rivalidade das mais ferrenhas. 

No Campeonato Brasileiro não seria diferente. O Fla e o Cruzmaltino são os dois times de mais popularidade entre os cariocas e são arqui-rivais dentro e fora do campo. 

Isso porque o antagonismo surgiu ainda quando os clubes praticavam outro esporte, o remo, no início do Século 20.  

A lista de dérbis não para por aí, tendo o clássico de alvinegros entre Santos e Corinthians, ou o icônico Fla-Flu, entre Flamengo e Fluminense, que também merecem destaque. 

Outros grandes clássicos estaduais já disputados no Campeonato Brasileiro foram Cruzeiro x Atlético-MG, Athletico x Coritiba, Bahia x Vitória, Santa Cruz x Sport, Fortaleza x Ceará e Figueirense x Avaí. 

Os maiores artilheiros do Campeonato Brasileiro

O faro de gol apurado é uma característica do jogador brasileiro que foi se aprimorando através das gerações. 

O Campeonato Brasileiro é sempre responsável por revelar grandes artilheiros, seja em qualquer época. 

Ídolo vascaíno, o saudoso atacante Roberto Dinamite é quem detém o maior número de gols marcados na história da competição, empilhando 190 tentos em 238 jogos disputados, todos pelo Cruzmaltino. 

Após Dinamite, aparece Fred. Em suas passagens por América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro e Fluminense, foi artilheiro das edições 2012, 2014 e 2016, marcando 158 gols no total. 

Romário (154), Edmundo (153), Zico (135), Diego Souza (130), Túlio Maravilha (129), Serginho Chulapa (127), Dadá Maravilha (127), Washington (126), e Luís Fabiano (116), fecham o Top 10. 

Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, não atuou em muitos jogos (173), mas ultrapassou a casa dos cem gols feitos no Campeonato Brasileiro – anotou 101 no total. 

Defendendo o Santos, o craque marcou época na década de 1960, quando capitaneou o Peixe numa série de seis títulos nacionais, entre 1961 e 1968. 

Os grandes campeões 

Vencedor da edição de 2022, o Palmeiras é o maior detentor de troféus do Campeonato Brasileiro, empilhando 11: 1960, dois em 1967, 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018 e 2022. 

O Alviverde é seguido de perto pelo Santos (1961, 1962, 1963 , 1964 , 1965 , 1968, 2002 e 2004), que soma oito, um a mais em relação a Flamengo (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020), e Corinthians, entre 1990 e 2017. 

O hexacampeão São Paulo, erguendo as taças de 1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008, merece destaque. 

Além dele, os tetras Cruzeiro (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018), Fluminense (1970, 1984, 2010 e 2012), e Vasco (1974, 1989, 1997 e 2000) também entram na lista. 

Internacional (três), Bahia (dois), Botafogo (dois), Grêmio ( dois), Atlético-MG (dois), e Athletico, Guarani, Sport e Coritiba, campeões uma única vez, fecham o rol de troféus do Campeonato Brasileiro. 

Os recordes do Brasileirão

Jogador de futebol, preto, de camisa laranja e short azul, puxando sua camisa e gritando, com uma bola embaixo do braço.

Os recordes do Brasileirão

O futebol é a grande paixão do torcedor brasileiro, fato que se evidencia em várias ocasiões. 

No ano de 1983, o Estádio Maracanã recebeu o maior público da história da Série A, onde 155.523 pessoas assistiram à segunda partida da final do Campeonato Brasileiro de 1983, entre Flamengo e Santos. No placar, vitória rubro-negra por 3 x 0. 

Já o menor público foi registrado em dezembro de 1997, quando apenas 55 espectadores estiveram presentes na vitória do Juventude sobre a Portuguesa por 2 x 1. 

A explicação do baixo público é que a equipe Jaconera não tinha mais chances de classificação à final, e seu estádio, o Alfredo Jaconi, não suportava capacidade mínima para receber uma partida da fase semifinal. 

O duelo aconteceu no Estádio Olímpico, em Porto Alegre. 

Ex-artilheiro do Vasco, Edmundo é o atleta que anotou mais gols em um único jogo do Campeonato Brasileiro. 

O feito ocorreu em setembro de 1997, quando o goleador marcou 6 vezes no atropelo cruzmaltino sobre o União São João-SP, por 6 x 0. 

Romário, em 2005, se tornou o jogador mais velho a ser artilheiro do certame, marcando 22 tentos, aos 39 anos. 

O gol mais rápido da história do Campeonato Brasileiro, por sua vez, foi marcado por Nivaldo, do Náutico, em 1989. 

Na ocasião, o atleta abriu o caminho da vitória alvirrubra por 3 x 2 sobre o Atlético-MG, balançando as redes aos oito segundos de bola rolando, no Estádio dos Aflitos, no Recife. 

Indo dos gols a meta, o jogador que mais disputou partidas é o goleiro Fábio, ex-Cruzeiro e atualmente no Fluminense. O atleta, ainda em atividade, já entrou em campo mais de 600 vezes pelo Campeonato Brasileiro.

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Agora que você já entende um mais sobre as origens e o desenvolvimento do Campeonato Brasileiro, é importante continuar antenado para acompanhar as novas histórias que serão escritas na competição. Afinal, todos anos surgem novos jogadores, artilheiros, recordes e momentos emorcionantes que ficarão marcados no nosso futebol.

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