São Paulo
São Paulo FC: A História de um Gigante do Futebol Brasileiro
Salve o Tricolor Paulista! O São Paulo FC ocupa uma prateleira especial dentre os clubes brasileiros: é contado entre os gigantes.
E, para ocupar esse espaço, muitos fatores são levados em consideração, como as dezenas de títulos conquistados, a imponência do estádio do Morumbi e, claro, os mais de 17 milhões de torcedores (IBGE, 2023).
Ainda que seja mais novo que a maioria das grandes equipes do país, o São Paulo foi o primeiro a se tornar tricampeão mundial, feito alcançado no ano de 2005. Mas, até chegar lá, muita coisa aconteceu.
Conheça a história do Tricolor do Morumbi.
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Fundação do São Paulo FC
Oficialmente fundado em 1930, a história do São Paulo FC começou bem antes. O Tricolor surgiu da fusão de dois clubes: o Club Athletico Paulistano e a Associação Atlética das Palmeiras.
Desse último, herdou ainda a Chácara da Floresta, o que fez o clube ser conhecido como São Paulo da Floresta em sua primeira década de vida.
Os anos seguintes à fundação foram de absoluto sucesso no futebol. Entre 1930 e 1935, o Tricolor Paulista conquistou um título estadual (1931) e quatro vice-campeonatos (1930, 1932, 1933 e 1934).
Ainda em 1935, no mês de maio, o clube viveria um novo capítulo de sua história ao fundir-se com o Clube de Regatas Tietê, dando origem ao Tietê-São Paulo.
Contudo, a união desagradou a alguns sócios que, meses depois, em dezembro, trouxeram de volta o São Paulo FC.
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A história do Estádio do Morumbi
A atual casa do São Paulo FC é o estádio Cícero Pompeu de Toledo, ou simplesmente Estádio do Morumbi.
Mas, nem sempre foi assim. Nos 30 primeiros anos de existência, o clube mandou seus jogos em outras praças esportivas, como o Campo da Mooca e o Pacaembu.
O Tricolor chegou a comprar o Canindé, que atualmente pertence à Portuguesa. No entanto, o estádio era visto como pequeno demais para o clube.
Foi a partir daí que, no início dos anos 50, o São Paulo FC começou a se mobilizar em prol da construção do seu próprio estádio.
A cúpula do clube chegou a sondar o terreno onde hoje se localiza o Parque do Ibirapuera.
À época, a compra do terreno foi vetada pelo então vereador Jânio Quadros, que viria a se tornar Presidente da República depois.
Sem o terreno do Ibirapuera, o Tricolor Paulista seguiu à procura de um local para o seu estádio e, em meados de 1951, encontrou.
A Condessa Mariangela Matarazzo se desfazia de um grande lote na região do Morumbi: era a oportunidade perfeita.
No entanto, faltava um ‘detalhe’: dinheiro.
O São Paulo FC não tinha recursos para construir seu estádio e recorreu à Caixa Econômica Federal a fim de obter um empréstimo e iniciar as obras, como viu seus arquirrivais Corinthians e Palmeiras conseguirem.
E assim aconteceu. O terreno foi adquirido em 1952 e a construção foi iniciada em 1953.
A casa tricolor seria batizada com o nome de Cícero Pompeu de Toledo, presidente do São Paulo FC que lutou exaustivamente para tornar possível a construção do estádio, mas que faleceu em 1959, um ano antes da inauguração (2 de outubro de 1960).
Hoje, a praça é mais conhecida por Estádio do Morumbi e tem capacidade de receber pouco mais de 67 mil torcedores.
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As conquistas do São Paulo FC nos anos 90
Até o fim dos anos 80, o São Paulo FC já havia conquistado seu lugar entre os grandes clubes do país, havia construído seu próprio estádio, mas ainda não tinha vivido períodos extremamente vitoriosos, como viu ocorrer com os rivais Palmeiras e Santos nos anos 60. Apesar disso, já conquistara dois títulos nacionais (1977 e 1986).
Contudo, a Era de Ouro do Tricolor Paulista estava por vir: os anos 1990. E o começo desse período de glórias passou necessariamente pelas mãos de um treinador: Telê Santana.
O comandante, tido por muitos como o maior da história do São Paulo FC, teve uma breve passagem pelo clube em 1973, mas foi a partir de 1990 que Telê elevaria o ‘Time da Fé’ ao topo do mundo.
Sob o seu comando, o clube conquistou o terceiro título brasileiro em 1991, além do Paulistão do mesmo ano.
Não satisfeito, Telê marcaria de vez o seu nome na história do clube nos dois anos subsequentes.
Em 1992 e 1993, o São Paulo se sagrava bicampeão da Libertadores e do Mundial de Clubes.
Era apenas a segunda vez que um clube do Brasil alcançava esse feito. O primeiro foi o Santos, 30 anos antes (1962 e 1963), sob a batuta de ninguém menos que Pelé.
Na Libertadores, a equipe comandada por Raí e Palhinha venceu Newell’s Old Boys (92) e Universidad Católica (93). Já no Mundial, superou ninguém menos que Barcelona (92) e Milan (93).
Além desses títulos, o São Paulo FC conquistaria ainda a Supercopa Sul-Americana (1993) e a Recopa Sul-Americana (1993 e 1994).
Após a saída de Telê, vieram os títulos da Copa Conmebol (1994) e da Copa Master da Conmebol (1996), fechando a década de ouro do Tricolor.
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São Paulo tricampeão da Libertadores
O grande feito do São Paulo FC em conquistar o bicampeonato consecutivo na década de 90 ainda abriria caminho para outras glórias na década seguinte.
Os anos 2000 também foram marcados por novas glórias do Tricolor.
Sob a batuta do técnico Paulo Autuori, o Time da Fé alcançou dois feitos inéditos no Brasil.
Foi a primeira equipe do país a conquistar ao tricampeonato da Libertadores e do Mundial de Clubes, ambos em 2005. No torneio continental, venceu com certa facilidade o Athletico.
Já no Mundial, superou o Liverpool de Gerrard por 1 a 0 e chegou ao topo do mundo pela terceira vez.
No ano seguinte, em 2006, outra linda história começava: a Era Muricy Ramalho. O treinador, que já havia passado pelo clube anteriormente, voltou ao Morumbi para levar o Tricolor ao tricampeonato consecutivo do Brasileirão, conquistado entre os anos de 2006 e 2008.
Com essas conquistas, Muricy entrou para o hall de ídolos do São Paulo FC.
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Ídolos do São Paulo FC
Contar a história de um grande clube passa inevitavelmente por falar sobre seus grandes ídolos.
Por vezes, as trajetórias do profissional e da instituição se misturam, como é o caso de Rogério Ceni.
O ex-goleiro chegou ao clube em 1990 aos 17 anos como quarto goleiro e, pouco a pouco, foi ganhando importância no Morumbi.
Tornou-se titular em 1996 e assim permaneceu até 2015, ano de sua aposentadoria. Rogério foi campeão do Mundial e da Libertadores em 2005 e tri brasileiro entre 2006 e 2008.
O arqueiro é visto como o maior ídolo da história do clube. A galera de ídolos conta ainda com Raí, Palhinha, Miranda, Telê Santana e Muricy Ramalho.
Craques revelados pelo São Paulo
Muitas das conquistas do São Paulo FC passaram pelos pés de craques formados pelo próprio clube.
As categorias de base do Tricolor sempre lançaram grandes nomes do futebol brasileiro e mundial.
Os expoentes de Cotia têm em comum o fato de terem defendido o mesmo clube na Europa e de conquistarem ao menos uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira: Kaká e Cafu.
Ambos foram revelados no Tricolor, são ídolos no Milan-ITA e conquistaram o Penta em 2002.
Na atual geração, grandes nomes oriundos das canteras do clube são Antony e Casemiro, do Manchester United, além de Eder Militão, do Real Madrid.
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São Paulo FC atualmente
Depois de encerrar sua era de títulos expressivos em 2012, com a conquista da Copa Sul-Americana, o São Paulo perdeu um pouco da sua imponência no futebol nacional, abrindo espaço para equipes como Palmeiras e Flamengo.
Após essa conquista, venceu apenas o Paulistão de 2021 e vem convivendo com campanhas de meio de tabela no Brasileirão.