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Os grandes treinadores da Seleção Brasileira: Conhecendo os maiores, suas contribuições e legados
A centenária e vitoriosa história da Seleção Brasileira é marcada por grandes craques que vestiram a camisa amarelinha. Mas, não foi só dentro de campo que a equipe foi bem representada.
Ao longo do século, exímios treinadores estiveram à beira do gramado e conduziram a ‘Canarinho’ às conquistas. Conheça os grandes técnicos da nossa Seleção.
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O primeiro técnico da Seleção Brasileira
Desde a oficialização da Seleção Brasileira, em 1914, até o ano de 1922, a equipe não possuía um treinador à beira do campo.
O selecionado era comandado por uma comissão formada por diversos jogadores, que também era responsável por treinar e escalar a equipe, além de representá-la durante a partida.
Essa função muito se assemelha ao que hoje faz o capitão do time.
No entanto, em 1923, o Brasil teve o seu primeiro treinador de fato. Aos 29 anos, Chico Netto foi convidado a treinar a seleção.
O curioso é que Chico ainda atuava como jogador. Era zagueiro do Fluminense quando recebeu o convite para comandar a Canarinho.
Como treinador da seleção brasileira, esteve à frente da equipe em sete jogos, tendo conquistado três vitórias e quatro derrotas.
O treinador da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1930
O primeiro mundial, disputado no Uruguai, contou com 13 seleções (todas convidadas pela Fifa).
A delegação brasileira foi treinada por Píndaro de Carvalho, que também era médico da equipe.
Apesar do marco histórico, a campanha brasileira ficou bastante aquém do esperado: eliminado na fase de grupos.
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Vicente Feola, o treinador do primeiro título do Brasil na Copa do Mundo
Participando de todos os mundiais no decorrer dos anos, a Seleção Brasileira veio conquistar o seu primeiro título em 1958, na sexta edição da competição.
O time que contava com Pelé, estrela do Santos à época, Garrincha, Zagallo e Didi esteve sob a batuta do técnico Vicente Feola.
O comandante assumiu a Seleção Brasileira pouco mais de um mês antes do Mundial da Suécia e deu conta do recado: trouxe a taça para casa.
Feola ainda voltaria ao comando da equipe brasileira em 1964, deixando o cargo dois anos depois.
Aymoré Moreira, o técnico do bicampeonato da Copa do Mundo
Após a saída de Vicente Feola, em 1960, Aymoré Moreira foi convidado para assumir a Seleção Brasileira e não decepcionou.
Com a base da equipe que venceu a Copa do Mundo de 1958, foi ao Mundial do Chile em 1962 e trouxe novamente o título para o Brasil.
Além do título, Aymoré obteve outra marca com a Seleção: é o sexto técnico que mais comandou a equipe (65 jogos).
Feola, seu antecessor (e sucessor), é o 5º com 68 partidas.
Zagallo, campeão como jogador e treinador da Seleção Brasileira
O tricampeonato mundial do Brasil não demoraria. Em 1970, oito anos após a conquista do bi, a Seleção chegava ao México recheada de craques. Um verdadeiro esquadrão.
Se tinha craque em campo, também tinha fora dele. Mário Jorge Lobo Zagallo, que conquistou os dois primeiros mundiais como jogador, desta vez desempenhava nova função: era o técnico do Brasil.
Com um verdadeiro time dos sonhos em mãos, ‘passeou’ na Copa e fez do Brasil o primeiro país tricampeão do mundo.
Zagallo permaneceria no comando da Seleção até a Copa de 74 e ainda voltaria ao cargo 20 anos depois, em 94, após ser auxiliar técnico no tetracampeonato.
Além de tudo isso, está marcado na história como técnico com mais partidas à frente da seleção: 139 jogos.
Um detalhe curioso da primeira passagem de Zagallo pela Seleção Brasileira é que ele o ‘Velho Lobo’, como é conhecido, não seria o treinador da equipe no mundial. Zagallo substituiu João Saldanha, que havia assumido o cargo em 1969.
A história conta que, na viagem de Saldanha para o sorteio da Copa do Mundo, em janeiro de 1970, o treinador havia elaborado um dossiê com mais de 3 mil nomes de presos políticos mortos e torturados pela ditadura militar brasileira e distribuído para autoridades internacionais.
Cerca de dois meses depois, em março, o treinador foi demitido a mando do General Médici e deu lugar a Zagallo.
Telê Santana e a Seleção de 82: encantou, mas não venceu
Uma das seleções mais lembradas pelos mais antigos certamente é a de 1982. O time que tinha um meio-campo formado por Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico, encantou o mundo e inspirou uma série de treinadores em suas ideias (e carreiras).
A esquadra era comandada por Telê Santana, que ainda comandaria a equipe no mundial seguinte, em 1986. O bonito futebol praticado por aquela seleção marcou época.
Na década seguinte, o comandante levaria o São Paulo ao bicampeonato da Libertadores e do Mundial, nos anos de 92 e 93.
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A história de Parreira na Seleção Brasileira: do tetra em 94 ao fracasso em 2006
Depois do fracasso em 1990 sob o comando de Sebastião Lazaroni, Falcão assumiu a Seleção após a Copa, mas saiu no ano seguinte. Em seu lugar, foi apresentado Carlos Alberto Parreira.
O novo comandante tinha em seu currículo os títulos brasileiro e carioca pelo Fluminense, além de ter peregrinado pelo futebol asiático no comando das seleções do Kuwait e da Arábia Saudita.
Antes de ser treinador da seleção brasileira, atuou como preparador físico e fez parte da delegação do tri em 70.
Parreira chegou à Copa de 94, nos Estados Unidos, cercado de desconfianças. Em parte, pela lembrança do Mundial anterior, parte pelo elenco que levou ao mundial.
Romário, grande nome da competição e um dos principais responsáveis pela conquista, só foi convocado devido a uma imensa mobilização popular.
Após o título, deixou o comando da Seleção Brasileira, mas ainda voltaria.
Em 2003, Parreira sucedeu Luiz Felipe Scolari, o Felipão, que deixou a Seleção Brasileira após o penta e foi treinar a Seleção de Portugal.
Conduziu todo o ciclo da Copa de 2006, onde o Brasil chegou com amplo favoritismo.
No entanto, o Brasil acabou sendo eliminado nas quartas de final pela França, algoz também das copas de 86 e 98.
O pentacampeonato da Seleção Brasileira e a Família Scolari
Após a derrota acachapante na final de 1998 por 3 a 0, sofrida diante da França, o então técnico Zagallo deixou o comando da Seleção Brasileira e foi sucedido por Vanderlei Luxemburgo, então bicampeão brasileiro (93 e 94) e que conciliou o trabalho na Canarinho e no Corinthians, onde conquistou mais um Brasileirão.
Luxemburgo foi demitido em 2000 após maus resultados e foi sucedido por Emerson Leão, que pouco durou no cargo.
Com a classificação para a Copa de 2002 ameaçada, a CBF convidou Luiz Felipe Scolari para estar à frente da equipe.
Felipão, como é conhecido, conseguiu classificar o Brasil para a Copa e, enfrentando severa resistência popular, tomou duas decisões que marcaram sua passagem pela Seleção: barrou Romário do Mundial e levou Ronaldo, que vinha de dois anos parado por sérias lesões no joelho.
Embora a desconfiança fosse considerável, a delegação ‘se fechou’ em prol da conquista a ponto de ficarem conhecidos como ‘Família Scolari’.
Naquele mundial, foram sete vitórias em sete jogos, com oito gols do contestado Ronaldo. Nascia ali o primeiro e único pentacampeão mundial.
Mas, nem tudo são flores. Depois de deixar a Seleção e passar um longo período na Europa, tendo treinado o selecionado de Portugal e o Chelsea, Felipão foi novamente convidado pela CBF para comandar o Brasil na Copa de 2014.
Neste segundo momento, o treinador ficou marcado pelo fatídico 7 a 1 sofrido em pleno Mineirão diante da Alemanha, que se sagraria campeã na ocasião.
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A Era Tite na Seleção Brasileira e a incerteza pelo novo nome
Do penta pra cá, alguns nomes passaram pelo comando da Seleção Brasileira, como Dunga e Mano Menezes.
Mas, nenhum técnico permaneceu tanto e desfrutou de tanta confiança como Tite. O gaúcho assumiu a Seleção em 2016 e permaneceu até o fim da Copa de 2022, totalizando mais de seis anos no cargo.
Duas copas depois, deixou o comando da equipe brasileira com um excelente aproveitamento: em 81 jogos, acumulou 60 vitórias, 15 empates e apenas seis derrotas.
Sob sua batuta, o Brasil marcou 174 gols e sofreu apenas 30. Com o fracasso nos mundiais, deixou o cargo à espera de uma oportunidade no mercado europeu.
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Como joga a Seleção Brasileira
Historicamente, a Seleção Brasileira é conhecida por um futebol ofensivo e bastante talentoso.
Nas conquistas dos mundiais e demais títulos, quase sempre era vista com um equilíbrio tático considerável e ataque letal.
Diante da incerteza do próximo treinador efetivo, resta esperar para saber se essa característica permanecerá.