O Mundo dos Jogadores de Futebol: Talentos, Estrelas e Ídolos

Grandes estrelas do universo do futebol não se formam do dia para a noite. Os holofotes que envolvem o rápido despontar de um grande talento podem parecer, à primeira vista, que a descoberta é fruto de mero acaso. 

Mas a realidade é que a carreira de um ídolo do esporte começa muito antes do que o glamour midiático pode alcançar.

Enquanto uma atividade profissional, a trajetória de um jogador de futebol está marcada por um processo intenso de formação, que em muitos casos se inicia ainda na infância. 

A partir dos contatos iniciais com o mundo da bola, os diamantes podem ser lapidados por olheiros nos campos de várzea espalhados por todo o país. 

A chegada às categorias de base de um clube é o primeiro passo na caminhada dos atletas rumo ao estrelato.

Para muitos, especialmente no contexto brasileiro, o futebol representa uma das únicas oportunidades para a construção de um futuro digno e com menos privações. Por isso, tantos jovens de periferia se dedicam de corpo e alma ao esporte, em busca de conquistar o seu espaço entre as grandes estrelas mundiais. 

Em contraponto, quem consegue ultrapassar os obstáculos e ganhar o planeta se depara com um universo luxuoso, repleto de fama, status e salários com cifras astronômicas.

Entenda como é formado o mundo dos jogadores de futebol.

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A base como primeiro passo para um jogador de futebol

O futebol como conhecemos nos dias atuais surgiu na Inglaterra, no ano de 1863. Aportou no Brasil pouco mais de três décadas depois, através do anglo-brasileiro Charles Miller. 

Desde então, foi em solo brasileiro que o esporte alcançou a sua plenitude. O futebol se disseminou em razão do seu conjunto de regras simplificado e por não necessitar de muitos acessórios e instrumentos para ser praticado. 

Foi a receita perfeita para ganhar a adesão de uma grande parcela marginalizada da população, sobretudo negra, em um país que há poucos anos havia dado fim ao período formal de escravização. 

O chamado futebol de várzea, nome dado em razão da estrutura precária dos campos onde os jogos são realizados, é a porta de entrada para muitos atletas que despontam como ídolos mundiais. 

É neste contexto amador que muitos jogadores ganham visibilidade e conquistam uma vaga nas categorias de base dos times profissionais, seja através dos olheiros, profissionais responsáveis pela captação ativa dos talentos, ou das “peneiras”, nome popular dado aos processos seletivos dos clubes.

As categorias para ingressar nas divisões de base de um clube no Brasil são divididas da seguinte forma: Fraldinha (7 a 9 anos), Dente de Leite (10 a 11 anos), Pré-mirim (11 a 12 anos), Mirim (12 a 13 anos), Infantil (14 a 15 anos), Infanto-juvenil (15 a 16 anos), Juvenil (17 a 18 anos) e Júnior (17 a 20 anos).

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Como é a profissionalização de um jogador de futebol?

As competições oficiais têm modalidades para atletas a partir dos 6 anos de idade. Entretanto, a faixa etária mais comum para o recrutamento de futuros profissionais é por volta dos 12 anos, quando o processo de amadurecimento já alcança um outro estágio. 

Cada equipe tem o seu próprio formato de seleção, que busca avaliar as habilidades e o potencial a ser explorado em cada candidato. 

Para se candidatar a essas seletivas, é preciso ficar atento ao calendário de realização divulgado pelos times. 

Outra forma, menos acessível à maioria dos interessados, é através da contratação de um empresário, que possui contatos nos clubes e pode buscar um canal mais direto para a realização dos testes. 

Além disso, os olheiros dos clubes também acompanham as movimentações em torneios amadores e campeonatos de bairro, fazendo uma busca ativa por novos talentos para as categorias de base ou para o time profissional.

Após a aprovação na seletiva, tem início uma jornada exaustiva de treinamentos, seja para trabalhar a parte física dos atletas ou para desenvolver sua capacidade de leitura tática do jogo. 

A rotina envolve momentos de concentração, preparação que antecede as partidas, e trabalho constante na parte técnica, individual e coletivamente.

A legislação trabalhista permite a assinatura de contratos de trabalho para jovens a partir dos 16 anos. 

Por isso, quanto antes o jogador for recrutado para as bases do clube, mais tempo vai poder trabalhar suas carências e consolidar os pontos fortes, para chegar ao futebol profissional atendendo às expectativas e necessidades da equipe profissional.

A importância de um empresário para o jogador de futebol

O primeiro contrato profissional, segundo normas da FIFA, tem duração máxima estipulada em cinco anos, e mínima de três meses. 

O processo de formalização é importante, pois garante ao atleta os principais direitos trabalhistas. 

Neste momento, o jogador passa a integrar o cronograma da equipe principal, realizando treinamentos, viagens e partidas, quando for demandado pelo treinador no comando.

Como as atividades físicas e de trabalho técnico costumam consumir a maior parte do tempo dos atletas, as questões administrativas geralmente ficam a cargo de um agente ou empresário, responsáveis por representar o interesse dos jogadores. 

São os profissionais encarregados da negociação de contratos, salários, transferências e, em alguns casos, podem ajudar o atleta a se inserir no universo profissional do esporte.

É importante que esse posto seja assumido por alguém de confiança do jogador, com conhecimento relevante na área, ou por agências e empresários especializados e de renome no setor, pois a má gestão administrativa pode ser um entrave decisivo para uma carreira promissora. 

As empresas que atuam no segmento costumam aliar ao seu conjunto de serviços outras áreas fundamentais para o trabalho de um jogador, como a gestão de imagem, planejamento financeiro e assessoria jurídica especializada.

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Talentos internacionais do futebol que começaram cedo

Antes de brilhar entre os melhores do mundo, os grandes ídolos do futebol tiveram uma trajetória de batalhas que muitas vezes não são contadas ao lado das grandes conquistas. 

A história é geralmente atravessada por dificuldades financeiras e uma caminhada que se inicia ainda na infância. O craque português Cristiano Ronaldo, o CR7, eleito pela FIFA por cinco vezes o melhor jogador do mundo, é um desses exemplos.

O atacante começou a jogar futebol na rua, com os amigos, ainda sem compromisso. Aos 9 anos, veio o primeiro clube na sua trajetória, quando passou a jogar pelo Clube de Futebol Andorinha de Santo Antônio. 

Sua habilidade acima da média motivou a ida, no ano seguinte, para o Clube Desportivo Nacional. 

Aos 12 anos, Ronaldo foi transferido para o Sporting de Lisboa, onde viria a estrear profissionalmente cinco anos depois, numa pré-eliminatória da Liga dos Campeões da UEFA. 

A partir daí, deu início a uma ascensão de carreira meteórica, com passagens vitoriosas por Manchester United, Real Madrid e Juventus.

Lionel Messi, atacante argentino que já conquistou sete vezes o prêmio de melhor jogador do mundo, também começou cedo. 

Aos seis anos de idade, o atleta já frequentava a equipe de base do Club Atlético Newell’s Old Boys, na cidade de Rosário. 

Nas 176 partidas que jogou pelo clube, ao longo de sete anos, Messi marcou atingiu a expressiva marca de 234 gols. Aos 13 anos foi transferido para o Barcelona, onde despontaria na carreira mundial.

No cenário nacional, podemos lembrar do atacante Neymar, que fez história pelo Santos Futebol Clube antes de brilhar no futebol europeu. 

Seu início se deu em 1998, aos seis anos de idade, nas categorias de base da Portuguesa Santista, onde ficaria por cinco anos até ser transferido para o Santos. Em 2013, 

Neymar foi comprado pelo espanhol Barcelona e iniciou uma fase de conquistas e grande destaque internacional.

Estilo de vida de um jogador de futebol

O corpo é o principal instrumento de trabalho de um atleta profissional de alto rendimento. 

Desta forma, um jogador de futebol profissional precisa estar atento a todos os aspectos que podem influenciar na sua saúde física e, consequentemente, no seu desempenho em campo. 

Álcool, cigarro e outras drogas devem ser evitadas, além da alimentação que deve ser balanceada. O cuidado com a saúde mental também é um aspecto importante para atletas de sucesso que lidam constantemente com situações de pressão.

A vida dos jogadores de futebol também costuma ser um atrativo por estar vinculada a status e glamour, com salários milionários, carros importados, mansões e outros bens de alto custo. 

Mas essa realidade representa uma parcela muito pequena do quantitativo de atletas profissionais. 

Um levantamento divulgado pela CBF em 2019, com dados do ano anterior, revelou que 55% dos jogadores brasileiros receberam cerca de um salário mínimo por mês. 

Outros 33% receberam até R$ 5 mil, 5% receberam entre R$ 5 e 10 mil e apenas 1% receberam valores maiores que R$ 500 mil mensais.

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A carreira de um jogador acaba na aposentadoria?

Pendurar as chuteiras está longe de ser o término definitivo da relação de um jogador profissional com o mundo do futebol. 

Por se tratar de uma atividade que demanda grande energia e muito esforço físico, a carreira de um atleta de futebol costuma durar entre 15 e 20 anos. 

Mesmo com toda a preparação física e suporte de equipes médicas, o corpo humano acaba sofrendo com o desgaste sucessivo e vai perdendo rendimento. 

Por volta dos 35 a 40 anos, os jogadores costumam anunciar a aposentadoria. Após encerrar a carreira dentro de campo, os atletas seguem diversos caminhos que orbitam o mundo da bola. 

Muitos iniciam a carreira de treinador, aliando seus anos de experiência prática com a teoria necessária para uma boa análise de desempenho de uma equipe. Outros seguem como auxiliares, preparadores físicos ou de goleiros, coordenadores técnicos. 

Há ainda a possibilidade de atuação administrativa, nas instâncias de direção do clube, ou mesmo como comentaristas do esporte em emissoras de rádio e televisão.