Vôlei

Revelação da Superliga, Julia Kudiess elogia base do Minas e projeta Paris

<p>Hedgard Moraes/MTC</p>

Hedgard Moraes/MTC

Destaque em 2023/24, central deve voltar à Seleção Feminina de Vôlei

A carreira da central Júlia Kudiess, de 21 anos, sofreu uma virada de chave nos últimos meses. Titular absoluta do Gerdau Minas pela 1ª vez, a jovem comemorou o título da Superliga Feminina e foi escolhida como revelação do torneio, após as grandes atuações. Assim, a prata da casa comentou sobre o trabalho de base do clube mineiro e projetou um retorno à Seleção Feminina para os Jogos Olímpicos de Paris-2024.

“É um sonho estar lá. Acho que a gente colhe o que planta. Eu espero ter uma oportunidade e vou me entregar 1000% se eu tiver”, afirmou a jogadora, que continuou. “É meu sonho de vida. No ano passado, eu fiquei longe porque eu estava com uma lesão e eu espero muito que eu tenha essa oportunidade”.

A lesão citada por Júlia Kudiess foi uma periostite tibial (canelite) em maio de 2023. Antes, a jovem vinha de um bom ano de estreia com a camisa amarela em 2022, participando das campanhas de prata no Campeonato Mundial e na Liga das Nações (VNL), mas acabou ficando de fora da temporada de seleções em 2023 por causa da lesão.

Os bons desempenhos dela no retorno, porém, a credenciam novamente ao time nacional. Ela faz parte da lista de inscritas por Zé Roberto Guimarães para a VNL deste ano e é uma das favoritas a pegar uma das vagas da convocação no meio de rede por toda a temporada, apesar da forte concorrência de Adenízia, Carolana, Carol Gattaz, Diana, Luzia e Thaisa.

O destaque de Júlia Kudiess

Apesar de já ter até passagem pela Seleção, Júlia Kudiess viveu a titularidade pela 1ª vez. Destaque desde (ainda mais) jovem, ela começou a receber oportunidades na equipe em 2018/19 e foi recebendo mais espaço progressivamente, bancada pelo treinador Nicola Negro.

Ainda assim, ele sempre aparecia como reserva da experiente dupla Thaisa e Carol Gattaz no meio de rede do Minas, mas a lesão da última – que rompeu o LCA e também desfalcou a Seleção – fez com que Kudiess começasse a Superliga no 1º time e ganhasse destaque com as grandes atuações. Gattaz, inclusive, deixou o Minas sem jamais recuperar o posto.

Kudiess comentou sobre a pressão de substituir Gattaz. “Eu sei que eu tinha muita responsabilidade. Não é fácil substituir a Carol, que sempre foi uma inspiração para mim e eu queria fazer da melhor forma possível. A gente sabia que muitas meninas não iriam estar mais na próxima temporada e, na hora que eu entrei em todos os jogos, eu só pensava em representar a minha família, a torcida. Isso já é uma pressão positiva para eu dar o meu sangue, porque eu estou representando milhares”.

A central, já tetracampeã da Superliga com o Minas, ainda afirmou que ser campeã como titular tem um gosto especial. “Nos últimos campeonatos, por mais que a gente ganhasse, eu sempre quis ganhar uma Superliga jogando”.

Ela continuou: “Eu queria ganhar sempre estando ali em quadra. E este ano foi especial demais porque a gente teve muitas vitórias comigo em quadra. Acho que, para mim, isso (o título) é algo para fechar com chave de ouro, ser grata por tudo”, afirmou Kudiess.

Kudiess, cria do Minas

O DNA formador do Minas foi um ponto exaltado por Júlia Kudiess. A jovem, foi revelada pela equipe, que também foi o berço de talentos como Fabiana Claudino, Mara Leão, Walewska Oliveira, Suelen Pinto, Leila Barros, Ana Paula Henkel e Márcia Fu. Sobre o trabalho de base atual da equipe, a central comemorou o espaço que as jovens têm na equipe.

“Eu acho que é um orgulho saber que a gente chegou em todas as finais com um banco todo jovem. É motivo de muito orgulho, eu cresci com as meninas ali e o que não faltou foram oportunidades. O Minas nunca deixou de acreditar e, desde que eu comecei a mostrar, eles nunca deixaram de acreditar em mim e de me dar oportunidade, acho que é o diferencial do clube: eles acreditam. Desde o presidente, todo mundo ali envolvido está junto com você e aporte, se você fizer sua parte, eles te dão oportunidade”.

A partir daí, Kudiess seguiu com elogios e agradecimentos ao treinador Nicola Negro, seguindo discurso adotado por Kisy, MVP da Superliga, que saiu em defesa do treinador após o título. “Eu só tenho o que agradecer à Keyla (Monadjemi, diretora do vôlei feminino do Minas) e principalmente ao Nicola (Negro, treinador), porque, quando ele me deu oportunidade de jogar, muitas pessoas duvidaram, fizeram muito mal, não apoiavam”, afirmou Júlia, que continuou.

“Eu acho que ele peitou até o fim e eu consegui corresponder, graças a Deus, até porque se não correspondesse também, né? Mas foi muito bom, eu só tenho o que agradecer a ele. Quando eu mais estava em dúvida ‘será?’, ele veio e ‘sim, Julia, você vai conseguir’. Eu só tenho o que agradecer hoje, é a pessoa a quem eu sou mais grata. Eu devo tudo ao Nicola, sem ele, eu não teria chegado onde eu cheguei”.

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