Aos 22 anos, Sinner entrou de forma brilhante na história do esporte italiano ao se tornar o primeiro tenista de seu país a vencer o Aberto da Austrália, juntando-se assim a um círculo limitado de seus compatriotas que conquistaram um Grand Slam: Nicola Pietrangeli (Roland Garros 1959 e 1960), Adriano Panatta (Roland Garros 1976), Francesca Schiavone (Roland Garros 2010) e Flavia Pennetta (US Open 2015).
“Este título é formidável para o tênis italiano, para o esporte italiano, para todo o país, entrou no nosso Panteão de mitos atemporais”, comemorou o presidente do Comitê Olímpico Italiano, Giovanni Malago.
O entusiasmo pela vitória de Jannik Sinner não se limita ao mundo dos esportes.”Jannik Sinner escreveu uma nova página na história que nos deixa orgulhosos”, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.
“Um campeão tão grande e tão simples”
Este não é o primeiro episódio de ‘Sinnermania’ na Itália.
Em meados de novembro, durante o ATP Finals de Turim, onde derrotou o número 1 do mundo Novak Djokovic na fase de grupos antes de perder na final para o próprio sérvio, o país inteiro se apaixonou pelos encantos do jovem tenista ruivo.
Poucos dias depois dessa partida houve um ressurgimento do sentimento, quando Sinner e seus companheiros venceram pela segunda vez a Copa Davis para a Itália, 47 anos após o primeiro título.
Mas neste domingo, esse entusiasmo por Sinner atingiu um nível sem precedentes num país que continua totalmente obcecado pelo futebol, a tal ponto que a evolução do resultado da final foi transmitida ao vivo até na transmissão do programa dominical da rede Rai 2.
Desde a sua vitória, tanto os jornais como os canais de televisão analisam continuamente o fenômeno Sinner, que seduz tanto pelas suas grandes capacidades esportivas como pela sua simplicidade e história pessoal: a do rapaz do Alto Adigio, região no norte da Itália em que a língua alemã é dominante, destinado ao esqui alpino que deixou a família aos doze anos para se dedicar ao tênis.
“Nunca havia visto um campeão tão grande e tão simples, tão profundo e humano. Estou feliz e orgulhoso por ele ser italiano”, resumiu o ministro do Esporte, Andrea Abodi.
E seu legado certamente ainda não acabou. A lenda do tênis italiano Nicola Pietrangeli o vê preparado para se tornar “a longo prazo o número 1 do mundo e o incontestável melhor tenista do circuito mundial”, com dois momentos de destaque no saibro em poucos meses em Paris: Roland Garros e os Jogos Olímpicos de 2024.
Até lá, Jannik Sinner será recebido na quinta-feira pelo presidente italiano Sergio Mattarella no Palácio do Quirinal, encontro que já havia sido combinado antes do Aberto da Austrália para comemorar a vitória na Copa Davis… e agora também inclui esta nova página na história do esporte italiano.