Natação

Melhor paratleta do ano, Gabriel Araújo comemora temporada e promete “dancinhas” em Paris

<p>Divulgação/CPB</p>

Divulgação/CPB

Nadador se tornou o 1º a vencer o prêmio de revelação e, depois, o de atleta do an0

Quando se pensa no futuro da natação paralímpica do Brasil, é difícil fugir do nome de Gabriel Araújo, o Gabrielzinho. Dono de três medalhas paralímpicas e seis mundiais, o jovem mineiro de 21 anos foi reconhecido nesta quinta-feira (14), como o melhor paratleta masculino do Brasil em 2023 no Prêmio Paralímpicos. Depois da premiação, ele falou com o Click Esportivo e garantiu que quer levar suas famosas dancinhas de comemoração para todo o mundo.

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Gabriel Araújo

Essa foi a 2ª vez que Gabriezinho levou um troféu no Prêmio Paralímpicos. Em 2021, depois da grande campanha com dois ouros e uma prata logo em sua 1ª participação Paralímpica, o nadador foi escolhido como o atleta revelação – e agora se torna o 1º vencedor desse prêmio a se tornar melhor paratleta do ano.

Assim, ele comemorou a conquista. “Estou muito feliz, a palavra certa é reconhecimento. É o que mais me admira: ser reconhecido por um trabalho que é feito por mim, por um talento, por uma dedicação, por tudo que eu faço. Então, não há nada melhor que esse reconhecimento. Esse prêmio é muito especial, porque competi com todos os atletas e a gente sabe do nível dos atletas do Brasil, que é uma potência em todos os esportes”.

Mas ele já se permitiu pensar na próxima temporada: “Estou muito feliz e muito grato por tudo e em 2024, se Deus quiser, tem mais”. E Gabriel Araújo já sabe muito bem qual é esse mais que ele quer no ano que vem. No discurso que fez logo após receber o prêmio, ele prometeu levar suas dancinhas para Paris. É assim, dançando, que ele comemora cada pódio e cada conquista em sua carreira.

À reportagem, ele explicou sua relação com a dança. “É uma forma que eu gosto muito de comemorar, quem me conhece sabe como que eu gosto de dançar. Ali no pódio, acho que é o momento que eu mais sou o Gabrielzinho e me identifico muito com o público brasileiro dessa forma. É um momento muito feliz”, comentou Gabriel Araújo.

Assim, ele reafirmou sua boa expectativa para a próxima Paralimpíada e para a sequência da sua carreira. “Eu vou trabalhar muito forte para conquistar todos esses resultados, ter a melhor performance da vida, porque eu trabalho assim: a cada competição melhor. E espero que não só em Paris, mas no mundo todo tenha muita dancinha do Gabrielzinho”.

Nadador Gabriel Araújo na piscina em prova do Campeonato Brasileiro de Natação Paralímpica 2023

Gabriel Araújo quebrou recordes mundiais no último Campeonato Brasileiro – Ale Cabral/CPB

O 2023 de Gabriel Araújo

Na temporada 2023, Gabriel Araújo acumulou ouros na classe S2 da natação. Ele venceu as provas dos 50m livre, 50m costas, 100m livre, 100m costas, e 200m livre, nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, além de garantir outras três douradas no Mundial de Natação, em Manchester: 50m costas, 100m costas e 200m livre.

Avaliando a temporada, o mineiro viu um ano positivo, conseguindo se superar e buscar resultados importantes, mesmo nos momentos de maior dificuldade. “Para mim, o ponto alto de performance foi no Mundial, mas o ponto baixo que se tornou meu ponto alto foi o Parapan, porque era a competição que eu buscava o ano inteiro, por saber que a qualidade das provas era maior, então eu tinha mais chances de medalhas que no Mundial”.

Ele também falou sobre as expectativas e a preparação que precisou fazer para o Parapan. “Eu ia levar minha família e tinha toda uma situação desfavorável, porque o meu adversário é chileno, então ele estava em casa. Eu me preparei muito psicologicamente, fisicamente, nos treinamentos, para chegar o mais forte na competição e conseguir obter os resultados e atingir as metas. Fiquei muito satisfeito com tudo que eu fiz nesse ano“, concluiu.

Gabrielzinho nasceu com focomelia, uma doença congênita que impede a formação normal de braços e pernas. Sua história nas piscinas começou na escola, através de um professor de educação física, nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). Sua estreia em grandes competições internacionais foi no Parapan de Lima, em 2019, e, desde então, ele soma três medalhas paralímpicas, seis mundiais e 10 parapan-americanas, além de acumular recordes mundiais.

Nadador Gabriel Araújo saltando para a piscina nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2023

Gabrielzinho voltou de Tóquio com três medalhas paralímpicas – Miriam Jeske/CPB