Futebol
Estádios Brasileiros: as emoções, as histórias marcantes e as curiosidades dos grandes palcos
O Brasil é um país de dimensões continentais, por isso os estádios brasileiros carregam nossas diferenças culturais e nos brindam com histórias incríveis. Conheça
“País do futebol” não é um termo vinculado ao Brasil à toa.
O esporte representa um pilar cultural fundamental na construção da identidade brasileira, que independe da nossa própria vontade ou interesse pela bola rolando.
Praticado nas ruas e campos amadores por todos os cantos do país, é no estádio que o futebol encontra sua plenitude, cercado por centenas ou milhares de apaixonados.
O Click Esportivo traz a seguir um panorama dos estádios brasileiros.
Você vai conhecer a história dos principais estádios e suas origens, as arenas mais icônicas que habitam nosso imaginário coletivo, além dos momentos memoráveis das arquibancadas e outras curiosidades.
Como tudo começou: primeiros estádios brasileiros
A era dos estádios brasileiros foi inaugurada pelo Esporte Clube Pelotas, do Rio Grande do Sul, no dia 25 de outubro de 1908, com o Estádio Boca do Lobo.
Na época chamado de Estádio da Avenida, o espaço passou por uma grande reforma em 1917, com ampliação das arquibancadas e implantação de um novo gramado.
Após uma série de outras reformas nos anos seguintes, o local tem capacidade para receber atualmente cerca de 23 mil pessoas, sendo a maior estrutura esportiva localizada no interior do estado.
Logo em seguida veio o Estádio Leônidas Sodré de Castro, também conhecido como Curuzu, localizado em Belém do Pará.
Inaugurado no dia 14 de junho de 1914, atualmente é de propriedade do Paysandu Sport Club. Possui capacidade para cerca de 18 mil espectadores.
Além do campo com arquibancada, a estrutura conta ainda com um hotel anexo destinado à concentração dos atletas antes das partidas em casa.
Outro centenário é o Estádio Joaquim Américo Guimarães, conhecido também como Arena da Baixada, terceiro mais antigo do Brasil.
Localizado em Curitiba, no Paraná, foi inaugurado no dia 6 de setembro de 1914, ainda como Baixada da Água Verde. Passou a se chamar Arena da Baixada em 1999, após uma das três grandes reformas de sua história.
O espaço é mais antigo que o seu proprietário atual, o Athletico Paranaense, que assumiu a administração em 1924, após a fundação do clube.
O resgate histórico permite observar o quanto os estádios avançaram com o passar dos anos, saindo dos modestos campos com estruturas de madeiras, até as modernas e tecnológicas arenas que hoje são realidade no futebol nacional.
As mudanças permitiram tornar os locais mais confortáveis e seguros, propícios tanto para a prática esportiva quanto para sua contemplação, além de possibilitar uma maior exploração comercial para os clubes.
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Estádios brasileiros icônicos
Após a construção dos primeiros estádios brasileiros, muitos outros vieram na sequência, espalhados por todos os estados do país.
Os dados do último Cadastro Nacional de Estádios de Futebol (CNEF), divulgado em 2016 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), indicaram a existência de 789 estádios no Brasil, entre particulares e de propriedade pública.
Quando falamos em palco do futebol brasileiro, sem dúvidas o Estádio Jornalista Mário Filho, o famoso Maracanã, é o melhor exemplo a ser mencionado.
Inaugurado em 1950 para receber a Copa do Mundo daquele ano, o Maraca já nasceu monumental, fruto de uma grande expectativa coletiva.
Assim que estreou, nenhum outro no planeta alcançava a sua capacidade de público, chegando ao impressionante recorde atual, de quase 200 mil pessoas, na final da Copa do Mundo em seu ano inaugural.
Depois vieram muitas reformas e adequações exigidas por órgãos reguladores, para adequação aos padrões de conforto e segurança de outros grandes campeonatos mundiais, que reduziram a capacidade do local.
Porém, o título de maior do Brasil ainda permanece com o Maracanã.
Outro exemplar guardado com carinho na memória afetiva do torcedor brasileiro é o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, conhecido como Morumbi.
Casa do São Paulo Futebol Clube, já foi considerado o maior estádio particular do mundo, quando da sua inauguração em 1960, com capacidade para cerca de 150 mil pessoas.
Atualmente, ocupa o posto de maior particular dentro do território nacional, com capacidade para receber aproximadamente 66 mil torcedores, sendo também o terceiro maior do Brasil em números absolutos.
Em razão de sua importância histórica, cultural e arquitetônica, foi tombado como patrimônio em 2018 pela Prefeitura de São Paulo.
Podemos citar ainda o Estádio Governador Magalhães Pinto, mais conhecido como Mineirão, localizado em Belo Horizonte, Minas Gerais.
O Gigante da Pampulha, inaugurado em 1965, é considerado o segundo maior do país, com capacidade para abrigar cerca de 62 mil torcedores.
Em 2016, recebeu a titulação de Patrimônio da Humanidade conferida pela Unesco. Sua construção integra o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, projetado pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.
Foi uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, recebendo ainda outros eventos esportivos de grande relevância, como as finais da Copa Libertadores e Copa Intercontinental, além dos Jogos Olímpicos de 2016.
Arquitetura dos estádios brasileiros
Um projeto de um estádio de futebol, por mais simplificado que seja, motiva um grande empenho das áreas de engenharia, arquitetura e design, que precisam caminhar juntas em busca de um ideal inovador, porém viável.
A tendência atual de construção de arenas esportivas, muito influenciada pelo futebol europeu, vem trazendo um desafio a mais para os profissionais da área.
Embora utilizados de maneira semelhante, existem diferenças importantes entre os conceitos de estádio e arena.
Pensados inicialmente como um espaço para uma contemplação mais passiva da prática do esporte, os estádios eram projetados com arquibancadas mais amplas, muitas vezes dificultando a visibilidade do campo de jogo.
Nos dias atuais, a tendência do formato de arena para as edificações estimula a redução desse espaço entre a partida e o público, estimulando uma participação mais ativa do torcedor, além de privilegiar sua visão do campo.
Momentos marcantes nos estádios brasileiros
O futebol tem a capacidade de proporcionar momentos inesquecíveis, repletos de emoção e adrenalina, seja dentro ou fora de campo, que marcam a vida de jogadores e torcedores.
Como nem tudo são flores, há os fatos que nos remetem a uma boa lembrança, mas também há aqueles que gostaríamos de, se possível, não recordar.
Foi o que aconteceu em 1950, no episódio conhecido como Maracanaço. Na partida entre Brasil e Uruguai, pela final da Copa do Mundo daquele ano, a expectativa era de vitória certa da equipe brasileira, clima que tomava os quase 200 mil presentes.
Porém, o apito final que decretou a derrota do Brasil atravessou como uma flecha o peito daquela multidão e provocou um silêncio ensurdecedor no Maracanã.
O impacto foi tamanho que motivou a mudança nas cores do uniforme da Seleção Brasileira, que deixou de lado a camisa branca, associado à má sorte, passando a adotar o conhecido verde e amarelo.
Foi também no Maracanã que Pelé marcou o seu milésimo gol. Em 1969, numa cobrança de pênalti na partida entre Santos e Vasco, o chute certeiro do Rei do Futebol entraria para a história, causando o êxtase coletivo nas arquibancadas.
O Estádio Jornalista Mário Filho ainda presenciou a chamada Invasão Corintiana, episódio tido como o maior público visitante da história do futebol brasileiro.
Na ocasião, entre 50 e 70 mil torcedores do Corinthians saíram de São Paulo para acompanhar a partida contra o Fluminense no Rio de Janeiro, pelas semifinais do Campeonato Brasileiro de 1976.
Ainda há muitas histórias a serem vividas nos estádios brasileiros, algumas dentro de campo, outras nas arquibancadas. Aqui no Click Esportivo você acompanha todas essas emoções.