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Opinião

Clássico do Muro, a rivalidade mais próxima do mundo no futebol

<p>Imagem: Google Maps/reprodução</p>

Imagem: Google Maps/reprodução

Dois pequenos clubes uruguaios possuem estádios separados por um muro, num visual inacreditável e que também diz bastante sobre um país que respira o futebol em todos os bairros da capital

Montevidéu (URU) – Na América do Sul, a proximidade dos estádios dos rivais argentinos Independiente e Racing, ambos com títulos mundiais e da Libertadores, sempre chama a atenção pela proximidade. As canchas do Ricardo Bochini, também conhecido como Libertadores de América, e do El Cilindro, estão separadas por 350 metros de caminhada, de acordo com o Google Maps. Dito isso, a distância do clássico de Avellaneda é “apenas” a 4ª menor do mundo. Acredite, anda-se muito menos por aí. A rivalidade com o vizinho é ainda mais pertinho com Remo x Paysandu, com o Baenão e a Curuzu separados por 250 metros, com os Dundees da Escócia (o FC e o United) separados por apenas 100 metros e, sobretudo, com os uruguaios Central Español e Miramar Misiones – veja o Top 10 clicando aqui.

Entre os dois uruguaios, apenas um muro determina o espaço de cada um. Literalmente, a ponto de dar nome ao duelo: “Clássico do Muro”. O que torna a cena ainda mais curiosa é o fato de os dois palcos, ambos acanhados, ficarem no entorno no Estádio Centenário. Sede da final da Copa do Mundo de 1930 e escolhido para receber o primeiro jogo do Mundial de 2030, o principal estádio do país foi construído justamente para a competição pioneira da Fifa. Na época, a havia bastante área livre no bairro de Parque Batlle, inclusive onde hoje estão os clubes vizinhos. O primeiro a chegar por lá foi o Central Espanõl, que inaugurou o Parque Palermo em 1937.

Estádio do Central Español:

Pequeno sim, mas campeão nacional

O Parque Palermo foi o segundo estádio na história do clube, já que o anterior ficava distante da área urbana. Uma reunião dos sócios decidiu sobre a nova casa, Esta, fincada no centro histórico de Montevidéu, foi modernizada, na medida do possível, em 2021, com a troca do sistema de refletores e a colocação de um gramado sintético. Por outro lado, as cadeiras de cimento, com pintura gasta, dão um visual raiz o estádio, cuja capacidade máxima é de 6.500 torcedores – no visual, parece ter um limite um pouco menor. Durante a viagem do Click Esportivo para acompanhar a decisão da Copa Sul-Americana de 2023, entre Fortaleza e LDU, foi possível visitar a cancha, com acesso livre, marca do acolhedor povo uruguaio.

No estádio do tricolor, que tem as mesmas cores do Fortaleza, um dos diretores do clube, Jorge, falou sobre a dificuldade atual, com a equipe na 3ª divisão e “prejudicada pela arbitragem” na última temporada – o rebaixamento em 2022 foi consumado com um gol aos 43 do 2º tempo do último jogo. Entretanto, o mesmo “hincha” guarda com orgulho a conquista do título uruguaio da 1ª divisão de 1984, sendo um dos poucos times do país a brecar o domínio de Peñarol e Nacional. Algo que o rival Miramar Misiones, por exemplo, jamais conseguiu.

Estádio do Central Español:

65 anos de vizinhança

Embora hoje esteja na 2ª divisão, o vizinho Miramar, também tricolor (mas trocando o azul pelo preto) e apelidado de “Cebritas”, tem como maior título a segundona uruguaia no distante ano de 1935. Na época, sequer mandava os seus jogos no Estádio Luis Méndez Piana. O terreno só foi cedido pelo governo do país, com usufruto para o futebol, em 1958, quando inaugurou o campo com uma goleada por 6 x 2 sobre o Guarany de Bagé, um time do interior gaúcho. Ao contrário do rival, o estado do gramado é bastante surrado, com arquibancada ainda mais modesta, podendo receber até 4 mil pessoas. O setor de cadeiras, mínimo, está com a cobertura desmontada.

Lá no Luis Mendéz, o acesso da nossa equipe foi da mesma forma, durante o treino do time juvenil do Miramar, com a preparadora física, uma argentina radicada no Uruguai, demonstrando felicidade pelo interesse dos brasileiros nos clubes à parte dos dois mais tradicionais do país. Em disputa há 65 anos, considerando a proximidade “zero”, o Clássico do Muro foi realizado três vezes em 2022, com dois empates e uma vitória do Miramar, justamente na casa do adversário. Em 2023, os times estão separados pelas divisionais nacionais. Neste jogo, chega a ser estranho usar a palavra “separados”…

Estádio do Miramar Misiones