Fórmula 1
F1: Em fim de semana trágico, morte de Ratzenberger completa 30 anos

Divulgação/F1
Piloto austríaco morreu um dia antes de Senna
O mundo da Fórmula 1 revive nesta semana os 30 anos da morte de Ayrton Senna, completos nesta quarta (1º), mas o tricampeão não foi a única vítima do trágico GP de San Marino de 1994. Um dia antes, no qualy, morreu o austríaco Roland Ratzenberger, exatos 30 anos atrás.
Esse, na verdade, sequer foi o 1º acidente grave naquele fim de semana em Ímola. Nos treinos classificatórios da sexta-feira, dia 29, Rubens Barrichello, na Jordan, escapou na Vaiante Bassa, colidiu com da barreira de pneus e capotou várias vezes antes de parar de cabeça para baixo. O brasileiro perdeu a consciência, quebrou o nariz e ficou de fora do resto do fim de semana.
No dia seguinte, porém, a consequência seria mais grave. Na 2ª sessão qualificatória, com a asa dianteira quebrada, Roland Ratzenberger, da Simtek, não conseguiu fazer a curva Villeneuve e acertou a barreira de concreto oposta com muita força. A célula de sobrevivência do carro sofreu poucos danos, mas o impacto causou uma fratura basal craniana.
A sessão não foi retomada e o austríaco foi levado ao hospital, onde sua morte foi anunciada, algumas horas depois. A partir daí, houve pressão para o cancelamento do GP, o que não aconteceu. Ayrton Senna, o mais rápido da sexta-feira, garantiu a sua 3ª pole em três corridas na temporada, e levou uma bandeira da Áustria no carro, para homenagear o piloto, em caso de vitória, o que, claro, não aconteceu.
Além das mortes de Senna e Ratzenberger e do grave acidente de Barrichello, o GP de San Marino ainda teve nove feridos nas arquibancadas, após um acidente no qual um pneu ultrapassou a cerca de proteção; uma liberação de carro em bandeira vermelha que por pouco não terminou com um choque entre um carro e o helicóptero que estava resgatando Senna; e outra roda solta, já no fim da corrida, que acertou quatro mecânicos, que precisaram ser levados ao hospital.
Roland Ratzenberger
Com experiência em diversas categorias menores do automobilismo e campeão das 24h de LeMans no ano anterior, o austríaco vivia sua temporada de estreia na Fórmula 1. Correndo pela pequena Simtek, o piloto de 33 anos não se qualificou para o GP do Brasil, que abriu a temporada e chegou em 11º na etapa seguinte, o GP do Pacífico, no Japão.
Em uma coluna publicada nesta terça-feira (30) no site da Fórmula 1, o seu único companheiro de equipe, David Brabham, falou sobre Ratzenberger.
“Roland estava entrando em seu 1º ano na F1 e estava animado. Aos 33, ele entrou relativamente tarde, então foi uma jornada e levaria um tempo para chegar à F1, se é que fosse chegar – às vezes só não acontece. Mas ele aproveitou a oportunidade e trabalhou duro nos bastidores para fazer isso acontecer”.
Segundo Brabham, o carro da Simtek teve problemas com o freio na sexta-feira. “Assim que chegamos no sábado, ele estava muito mais confortável com o carro, o que foi ótimo. Ele estava muito mais próximo a mim – estávamos pescoço a pescoço – e era assim que deveria ser, para ser justo. Fomos para a qualificatória. Eu saí na pista e vi alguns pedaços na pista, partes do carro, e eram da mesma cor do meu carro. Eu soube ali que era o Roland”, lembrou.