Botafogo

Associação de Árbitros sobe o tom contra críticas de Textor: “Tem que ser banido”

<p>John Textor, dono da SAF do Botafogo (Foto: Vitor Silva/BFR)</p>

John Textor, dono da SAF do Botafogo (Foto: Vitor Silva/BFR)

John Textor afirmou em entrevista que possui áudios de árbitros cobrando propina; ANAF e Abrafut emitiram notas de repúdio contra fala de dirigente do Botafogo

A cruzada de John Textor, dono da SAF do Botafogo, contra a arbitragem brasileira ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira (8). A Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF) se manifestou, por meio de um comunicado oficial, para repudiar as recentes declarações polêmicas do dirigente alvinegro.

De acordo com a nota, a declaração de Textor foi classificada como irresponsável e leviana. “Se John Textor não provar o que disse, ele tem que ser banido do futebol brasileiro! Não há outro caminho e, diante do que ele disse, as instituições precisam agir”, cobrou a entidade.

“A arbitragem brasileira é formada por homens e mulheres de bem! E John Textor deveria ao invés de atacá-la, trabalhar e cobrar da CBF sua profissionalização”, conclui o texto, assinado pelo presidente da ANAF, Salmo Valentim.

A Associação de Árbitros de Futebol do Brasil (Abrafut), organização de papel semelhante à ANAF, criada em 2023, também se posicionou em repúdio às falas.

“É inadmissível que uma pessoa com tanta visibilidade e responsabilidade social, ocupando um cargo que deveria ter seu reconhecimento pelo respeito, venha a público difamar, desonrar e colocar em descrédito a idoneidade de toda uma categoria”, diz um trecho da nota da Abrafut.

Críticas de John Textor

Após a vitória da equipe carioca sobre o Red Bull Bragantino, na última quarta-feira (6), o dono da SAF do Botafogo, John Textor, sugeriu a existência de corrupção e manipulação de resultados no futebol brasileiro, sem apresentar quaisquer provas para embasar as afirmações.

“Os fãs vão ficar sabendo, nos próximos 30 dias, o que realmente aconteceu no campeonato. Eles sabem o que eu sinto sobre isso, mas eu não vou divulgar isso na imprensa. É irresponsável (…) Alguém dizer que não há corrupção no Brasil, quando eu tenho juízes gravados reclamando de não terem suas propinas pagas”, alegou.

Confira, na íntegra, a nota da ANAF:

Acusações de John Textor contra a arbitragem brasileira são irresponsáveis e levianas

A ANAF – Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, repudia com veemência as acusações infundadas e totalmente descabidas do empresário John Textor, dono da SAF do Botafogo, que sabe-se lá por que não de hoje abriu “guerra” contra a arbitragem brasileira.

Questionar a atuação dos árbitros no campo de jogo por uma falta não marcada, um pênalti deixado de ser assinalado ou uma advertência aplicada de maneira equivocada é uma coisa, afinal de contas somos seres humanos. Agora, dizer que na arbitragem brasileira há árbitros que se “vendem”, é uma acusação gravíssima que põe em xeque não só a categoria, como também toda a estrutura da CBF.

“SE JOHN TEXTOR NÃO PROVAR O QUE DISSE, ELE TEM QUE SER BANIDO DO FUTEBOL BRASILEIRO! NÃO HÁ OUTRO CAMINHO E, DIANTE DO QUE ELE DISSE, AS INSTITUIÇÕES PRECISAM AGIR”.

É inaceitável que um dirigente responsável por um dos mais importantes clubes do futebol nacional tome uma atitude pequena e lamentável como essa. Como representante legítima dos árbitros, a ANAF vai tomar todas as ações necessárias para que ele possa esclarecer suas declarações e iremos buscar todos os meios para que esse péssimo exemplo não se repita.

A arbitragem brasileira é formada por homens e mulheres de bem! E John Textor deveria ao invés de atacá-la, trabalhar e cobrar da CBF sua profissionalização. Isso é melhor do que falar besteiras, sem provas, na imprensa.

Salmo Valentim

Presidente da ANAF

Confira, na íntegra, a nota da Abrafut:

Nessa quinta feira, 07/03/24, foi divulgada na imprensa uma matéria sobre a lamentável e gravíssima acusação que o presidente do Botafogo, Sr John Textor, fez à arbitragem brasileira, prometeu ainda que “nos próximos 30 dias”, os torcedores saberão, “o que realmente aconteceu no campeonato “.

O teor das acusações é muito sério, pois ofende a honra e a moral de toda uma classe de trabalhadores que está em seu campo de atuação, exercendo sua função com honestidade, responsabilidade e transparência.

É inadmissível que uma pessoa com tanta visibilidade e responsabilidade social, ocupando um cargo que deveria ter seu reconhecimento pelo respeito, venha a público difamar, desonrar e colocar em descrédito a idoneidade de toda uma categoria.

A ABRAFUT, com seus 500 associados, está nesse momento tomando medidas cabíveis junto ao seu corpo jurídico, para que sejam tomadas as devidas providências nesse caso, iniciando hoje mesmo pela esfera desportiva, onde será apresentado o devido requerimento para que seja instaurado o competente inquérito, objetivando que todas as provas existentes sejam demonstradas e colhidas em regime de urgência.

A integridade e a honra das pessoas e profissionais corretos não pode esperar 30 dias, a ABRAFUT usará todos os meios legais para que qualquer prova ou acusação seja devidamente apresentada e apurada, sob pena de responsabilização dos que fazem graves acusações sem provas.