Outros esportes

Mundial de Vôlei Feminino: história, campeões e destaques do torneio

O mundial de Vôlei Feminino é o ápice da modalidade e o Brasil tem muitos títulos do torneio. Conheça a história e quando começa a próxima edição.

O Campeonato Mundial de Vôlei Feminino é uma das competições que movimentam a modalidade devido ao alto nível dos jogos em clubes e seleções arrasta multidões por todo o planeta quando o assunto é voleibol feminino. 

A disputa é organizada pela Federação Internacional de Voleibol (FIVB) e acontece a cada quatro anos. A última edição aconteceu em 2022, sendo assim, o próximo evento está marcado para 2026, com local e datas a serem definidas.

Mas há muito mais sobre o Mundial. História, curiosidades, nomes que deixaram sua marca na competição. Confira a seguir:

Jogadoras de vôlei, de uniforme amarelo e preto, se abraçando e juntando as mãos ao alto para comemorar um ponto.

mundial de vôlei feminino

História do Mundial de Vôlei Feminino

A história do Mundial de Vôlei Feminino remonta aos primórdios do voleibol ainda em 1947 quando surge a FIVB. A entidade nasce com o objetivo de organizar torneios que envolvessem times de diversos continentes. 

Mas a primeira edição só aconteceu dois anos depois, na época restrita à Europa e contando apenas com times de vôlei masculino. 

Em 1952, foram incluídos times asiáticos e uma versão feminina do torneio. A disputa ocorria em ciclos de 4 anos. Em 1964, o vôlei foi incorporado ao programa dos Jogos Olímpicos. 

Para evitar o choque de datas, os ciclos do Campeonato Mundial foram atrasados em dois anos e as mudanças seguiram. O número de participantes, por exemplo, mudou diversas vezes e na década de 70, o torneio superou a marca de 20 times. 

Depois, a quantidade caiu para 16, mas voltou a subir e alcançar 24 equipes a partir de 2002. 

Formato do Torneio

O formato do Campeonato Mundial tem sido constantemente adaptado. A ideia é ter as melhores condições para a realização de um dos principais eventos da modalidade. 

Abaixo, confira como funciona a disputa no modelo atual:

  • Contempla 24 equipes participantes;
  • O processo de qualificação para o Campeonato Mundial dura mais de dois anos em alguns continentes; 
  • Os times que sediam o evento e os campeões da última edição estão automaticamente classificados;
  • O total de vagas concedido a cada confederação continental é determinado pela FIVB;
  • Para participar do Campeonato Mundial, cada equipe deve classificar-se em uma série de torneios qualificatórios, dependendo de sua posição no Ranking Mundial da FIVB;
  • A competição é dividida em pelo menos duas fases: uma preliminar e uma final. Conforme o número de equipes, pode ser necessário disputar igualmente uma ou mais fases intermediárias;
  • Na fase preliminar, os times são organizados em chaves e todos do grupo se enfrentam;
  • Quando todas as partidas da fase preliminar foram disputadas, os n melhores times em cada chave qualificam-se para a(s) fase(s) seguinte(s), e o restante deixa a competição. O valor de n depende do número de times participantes e do formato que será adotado nas finais;
  • Cada time só pode convocar doze atletas; trocas fora dos prazos legais não são permitidas nem mesmo no caso de acidentes.

Leia também: Regras do Vôlei: Guia Completo para Entender e Praticar o Esporte

Campeões do Mundial de Vôlei Feminino

A lista é longa. A Rússia, que herdou os títulos da União Soviética, é a maior campeã. 

Em seguida, Cuba e Japão têm três ouros cada. A Sérvia se iguala à China com duas pessoas. 

Depois, são dois países com uma conquista: Itália e Estados Unidos. Abaixo, confira títulos ano a ano:

  • 1952 – União Soviética;
  • 1956 – União Soviética;
  • 1960 – União Soviética;
  • 1962 – Japão;
  • 1967 – Japão;
  • 1970 – União Soviética;
  • 1974 – União Soviética;
  • 1978 – Cuba;
  • 1982 – China;
  • 1986 – China;
  • 1990 – União Soviética;
  • 1994 – Cuba;
  • 1998 – Cuba;
  • 2002 – Itália;
  • 2006 – Rússia;
  • 2010 – Rússia;
  • 2014 – Estados Unidos;
  • 2018 – Sérvia;
  • 2022 – Sérvia.

O Mundial Feminino é um dos poucos títulos que o time feminino do Brasil não tem no mundo das seleções. 

As brasileiras foram à final em quatro oportunidades, mas ficaram com o vice-campeonato em todas elas.

Sedes do Mundial de Vôlei Feminino

Receber o Mundial de Vôlei Feminino é histórico para qualquer país, a oportunidade de ter craques e ver grandes jogos em casa é um privilégio para os fãs locais da modalidade. 

Em mais de 70 anos de existência, a competição foi sediada por diversos lugares e o que mais vezes recebeu a disputa foi o Japão, em 5 oportunidades. Logo em seguida vem a antiga União Soviética, com três aparições. 

O Brasil foi país-sede em dois momentos. A primeira vez aconteceu em 1960, na terceira edição do Mundial e a mais recente, em 1994, quando a seleção foi vice-campeã. 

Abaixo, veja as sedes ano a ano:

  • 1952 – União Soviética;
  • 1956 – França;
  • 1960 – Brasil;
  • 1962 – União Soviética;
  • 1967 – Japão;
  • 1970 – Bulgária;
  • 1974 – México;
  • 1978 – União Soviética;
  • 1982 – Peru;
  • 1986 – Tchecoslováquia;
  • 1990 – China;
  • 1994 – Brasil;
  • 1998 – Japão;
  • 2002 – Alemanha;
  • 2006 – Japão;
  • 2010 – Japão; 
  • 2014 – Itália; 
  • 2018 – Japão;
  • 2022 – Holanda e Polônia.

Grandes Jogadoras do Mundial

Tijana Bošković

Considerada uma das melhores jogadoras de vôlei do mundo atualmente, Tijana Boskovic acumula prêmios e títulos. 

Ela foi protagonista do bicampeonato continental da Sérvia.

Em 2018, a oposta ajudou seu país a ser campeão mundial. Boskovic tem ainda uma medalha olímpica de prata no currículo, conquistada nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

Ekaterina Gamova

A russa é considerada a melhor oposta da história do vôlei. Com 2,02 metros de altura, ela era capaz de atacar a 3,21 metros e bloquear a 3,10 metros.

Pela Rússia, Gamova foi vice-campeã olímpica em Sydney, em 2000, e Atenas, em 2004, além de bicampeã mundial, em 2006 e 2010. 

Também conquistou dois títulos do Europeu, em 1999 e 2001, e do Grand Prix, em 1999 e 2002.

Gabriela Guimarães

Gabi, como é conhecida, é, hoje, o principal nome da Seleção Brasileira feminina. A ponta foi determinante em mais um pódio alcançado no Mundial. 

Uma das melhores jogadoras do mundo. 

Pela seleção principal, conquistou a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, atuou na conquista do bicampeonato consecutivo em edições do Grand Prix, em 2013 e 2014, e foi medalhista de bronze no Mundial.

Regla Torres

Um dos nomes da vitoriosa geração cubana. Regla Torres foi tricampeã olímpica (Barcelona, em 92; Atlanta, em 96; e Sydney, em 2000); bicampeã mundial (em 94, no Brasil, e em 98, no Japão); tricampeã da Copa do Mundo (em 89, 91 e 95, no Japão); e bicampeã do Grand Prix (em 93 e 2000, na Ásia).

Confira também: Superliga Feminina de Vôlei: História, Times e Destaques do Campeonato Brasileiro

Recordes e Estatísticas

Jogadora de vôlei de roupa cor de vinho caída no chão da quadra enquanto o time de uniforme preto comemora o ponto marcado.

Recordes e estatísiticas

A primeira final

O Mundial Feminino de Vôlei teve a sua primeira final em 1978, em Moscou. No jogo decisivo, Cuba derrotou o Japão por 3 a 0 (15/6, 15/9 e 15/10) e conquistou seu primeiro título. 

Nas sete edições anteriores, o campeão era conhecido em uma fase decisiva disputada por seis, oito ou dez seleções, ou em turno único entre todos os participantes, como em 1952 e 1967. 

Mundial com apenas 4 seleções

A edição de 1967 teve um fato inusitado. Apenas quatro seleções participaram do torneio. 

Na época, o Peru anunciou a desistência de sediar o evento, que acabou adiado e o Japão foi eleito o novo anfitrião. 

Porém, a Guerra Fria entrou em quadra e os países do bloco socialista se recusaram a participar da competição. Japão, Peru, Coreia do Sul e Estados Unidos se fizeram presentes.

Mais de 1.200 jogos 

Um total de 1.241 partidas foram disputadas até hoje na história do Mundial feminino de vôlei. 

A primeira aconteceu em 17 de agosto de 1952 no Estádio do Dínamo de Moscou e teve vitória da Polônia sobre a Hungria, por 3 a 0.

Recorde de pontos em finais

Duas das 18 finais do campeonato carregam o recorde de maior número de pontos marcados. 

As vitórias da Rússia sobre o Brasil, em 2006, e da Sérvia sobre a Itália, em 2018, terminaram com 204 pontos assinalados.

Domínio europeu

9 das 18 edições do Mundial foram vencidas por europeus (União Soviética, 5; Rússia 2; e Itália e Sérvia, 1 cada). 

Os asiáticos ganharam cinco (Japão 3 e China 2), e os representantes  das Américas quatro (Cuba três vezes e Estados Unidos uma). 

Momentos Memoráveis

Brasil x Sérvia – 2022

Sob o comando de Boskovic, a Sérvia foi dominante e se tornou bicampeã mundial feminina de vôlei ao derrotar o Brasil. 

O jogo aconteceu em 15 de outubro de 2022, em Apeldoorn, nos Países Baixos.

As sérvias venceram por 3×0, com parciais de 26-24, 25-22 e 25-17 e negaram à seleção brasileira o título que falta ao time comandado por José Roberto Guimarães.

O Brasil disputou sua quarta decisão do Mundial de Vôlei Feminino, ficando com o vice-campeonato em todas. 

Brasil x Cuba – 1994 

A década de 1990 mudou o patamar da Seleção Brasileira Feminina de vôlei. 

A equipe alçou voos mais altos e passou a frequentar o pódio dos principais torneios mundo afora. E o ponto chave foi em 1994. 

Naquele ano, o time de Ana Moser, Márcia Fú, Hilma, Fernanda Venturini se sagrou vencedor do Grand Prix e passou a acreditar no título mundial. 

Após grande competição, teve Cuba pela frente na decisão. 

Mas o não conseguiu resistir à equipe de Carvajal, Mireya Luis, Regla Torres. As cubanas aplicaram um sonoro 3 a 0 (15-2, 15-10, 15-5) e levantaram o título sem perder um set.

Quando é o próximo mundial de vôlei feminino?

Até a edição de 2002, o mundial de vôlei feminino só era disputado de 4 em 4 anos, porém, a FIVB determinou que agora será realizado de forma bienal.

As próximas edições serão em 2025 e 2027 e você vai poder acompanhar as informações aqui no Click Jogos.