Basquete
A Ascensão da Liga de Basquete Feminina: Conheça as Estrelas e Histórias por Trás do Sucesso
A Liga Brasileira de Basquete Feminino é a competição mais importante da categoria no país.
Organizada pela Liga Nacional de Basquete e chancelada pela Confederação Brasileira de Basquete, o torneio teve sua primeira edição disputada entre 2010 e 2011, e o Americana de São Paulo é o maior campeão.
Neste artigo, vamos explorar histórias, curiosidades e jogadoras icônicas que marcaram a LBF.
Basquete feminino no Brasil
Em 1896, o basquete chegou ao Brasil com o professor norte-americano Augusto Shaw, que veio dar aula na Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Apesar do basquete masculino se desenvolver mais rapidamente, o esporte fez sucesso primeiro entre as mulheres.
Em 1946, criaram a primeira Seleção Brasileira de Basquete Feminino, conquistando o vice-campeonato no Campeonato Sul-Americano.
As mulheres enfrentaram preconceitos e quebraram barreiras, mostrando que o basquete também é coisa de mulher.
Ao longo dos anos, o basquete feminino brasileiro teve importantes conquistas, como a medalha de bronze no Campeonato Mundial de 1971 e as medalhas de ouro no Mundial de 1994 e prata nos Jogos Olímpicos de 1996.
Com estrelas como Hortência, Magic Paula e Janeth Arcain, o basquete feminino brasileiro foi, por muitas décadas, uma das principais potências do mundo na categoria.
Da Taça Brasil à Liga de basquete Feminina
Antes do surgimento da Liga de Basquete Feminino, o Brasil teve duas competições criadas e organizadas pela CBB (Confederação Brasileira de Basquete). A primeira foi a Taça Brasil, disputada de 1984 a 1987, com o Unimep/SP conquistando três títulos.
Em 1998, a Taça Brasil passou a se chamar Campeonato Brasileiro, disputado até 2010, com Ourinhos/SP sendo o principal campeão com 5 conquistas.
A Liga de Basquete Feminino foi criada em maio de 2010 pela Liga Nacional de Basquete, que também organiza o NBB (Novo Basquete Brasil).
A primeira edição teve sua final realizada em 2011, com Santo André conquistando o título. De lá pra cá, a competição só não foi disputada em 2020 devido à pandemia do coronavírus.
Ao todo, sete equipes já levantaram o título da LBF. O maior vencedor é o Americana/SP, com 4 títulos, seguido pelo Sampaio/MA com 3. Santo André/SP, Ituano/SP, Campinas/SP e Sport/PE também foram campeões da competição.
Campeões
- 2010/11 – Santo André;
- 2011/12 – Americana;
- 2013 – Sport;
- 2013/14 – Americana;
- 2014/15 – Americana;
- 2015/16 – Sampaio Corrêa;
- 2016/17 – Corinthians/Americana;
- 2018 – Basquete Campinas;
- 2019 – Sampaio Corrêa;
- 2020 – Cancelado devido à pandemia do coronavírus;
- 2021 – Ituano Basquete;
- 2022 – Sampaio Basquete;
- 2023 – Em andamento.
Formato
Com mais de dez edições realizadas, a LBF já teve diversos formatos de disputa e número variado de equipes participantes.
Na temporada de 2023, as equipes Santo André/SP, Catanduva/SP, Ituano/SP, Campinas SP, SESI/Araraquara/SP, Blumenau/SC, Mesquita/RJ e Sampaio/MA disputaram a competição.
No formato atual, o torneio é dividido em quatro fases distintas. Primeiramente, temos a temporada regular, com jogos de turno e returno, onde todas as equipes se enfrentam. Após essa etapa, os oito times disputam a fase de playoffs.
Os playoffs são a etapa final do campeonato e são subdivididos em três fases. Nas quartas de final, são realizadas quatro séries de jogos, com até três partidas cada, onde os vencedores avançam para a semifinal.
Na semifinal, ocorrem duas séries de jogos, também definidas em até três partidas cada. Os times vencedores dessas séries se classificam para a grande final.
A decisão é o ponto alto do campeonato, onde as duas melhores equipes da temporada se enfrentam em uma série melhor de cinco jogos.
A equipe vencedora é declarada campeã da temporada e obtém uma vaga na Liga Sul-Americana do ano seguinte, assim como a equipe vice-campeã.
Melhores jogadoras
Clarissa dos Santos:
A Ala/Pivô teve uma carreira brilhante na LBF, sendo a única a ser eleita a melhor jogadora em três temporadas (2012, 2013 e 2015). Ela também é bicampeã do torneio pelo time de Americana.
Clarissa também teve passagens por outros times da LBF, como Sampaio, Corinthians e Catanduva, e atuou na França pelo Bourges, Flammes Carolo e Lyon. Na WNBA, jogou pelo Chicago Sky e pelo San Antonio Stars.
Além disso, teve participações importantes representando a seleção brasileira, conquistando os títulos na Copa América de 2011 e nos Jogos Pan-Americanos de 2019, além de disputar os Jogos Olímpicos de 2012 em Londres e Rio 2016.
Iziane Marques:
Após a aposentadoria da lenda Janeth Arcain, Iziane se tornou uma das principais referências do basquete brasileiro. Na competição, a Ala é a única atleta a ser cestinha por três temporadas.
Em 2016, foi campeã, sendo eleita a melhor jogadora da temporada pelo Sampaio Corrêa, time de sua cidade natal, São Luís/MA.
Com uma carreira internacional de mais de uma década na WNBA, Iziane também conquistou a Copa América de 2001 defendendo as cores da seleção brasileira e participou de três edições dos Jogos Olímpicos: Atenas 2004, Londres 2012 e Rio 2016.
Damiris Dantas:
Damiris é uma das principais jogadoras do Brasil nos últimos anos. Pelo time de Americana/SP, ela é tricampeã da LBF, conquistando o título em 2017 e sendo eleita a melhor jogadora da competição na mesma temporada.
Além disso, foi o cestinha do torneio em 2016 e 2017.
Em 2011, Damiris foi eleita a MVP do Mundial sub-19 e campeã da Copa América com a seleção adulta.
Sua trajetória inclui duas participações olímpicas nos ciclos de Londres 2012 e Rio 2016. Na WNBA, atuou pelo Minnesota Lynx e Atlanta Dream.
Thayná:
Mesmo sem ainda ter conquistado o título da LBF, a Ala acumula impressionantes conquistas individuais na competição.
Ela recebeu dois prêmios de melhor jogadora da LBF e foi a cestinha do campeonato em 2021 e 2022, atuando pelo time do Mesquita.
Além disso, Thayna faz parte da seleção brasileira, tanto na modalidade tradicional quanto no 3×3, que se tornou um esporte olímpico recentemente.
Ela conquistou a medalha de prata na Copa América 3×3 em 2021 e a medalha de bronze na Copa América 5×5 no mesmo ano.
Curiosidades
Maior pontuadora em um único jogo:
Durante a temporada regular de 2022, a ala Thayná, do Mesquita, fez história ao anotar 46 pontos na partida diante do Sorocaba. Com essa incrível marca, ela quebrou o recorde da história da LBF, que anteriormente pertencia à Iziane, do Maranhão Basquete, com 41 pontos em 2013.
Maior campeão extinto:
O Americana é o maior campeão da LBF, com 4 títulos em 6 finais disputadas em 7 edições.
No entanto, a equipe não participa da competição desde 2018.
Entre 2015 e 2017, o Americana fez uma parceria com o Corinthians, mas o projeto foi interrompido quando Ricardo Molino deixou a gestão da equipe para comandar a LBF, onde ficou até março de 2023.
A Bolívia Querida pode fazer história:
O Sampaio Basquete vem se destacando na LBF com três títulos, tornando-se o principal clube dos últimos anos.
Nesta temporada, a equipe maranhense pode alcançar o mesmo número de títulos do Americana/SP, igualando-se aos maiores vencedores.
O apelido Bolívia Querida é uma referência às cores do clube, que são as mesmas da bandeira da boliviana: amarelo, verde e vermelho.